1. |
"S" nº1
04:57
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Tudo acabou
O lampejo, o sinal
O Beijo final
As estrelas
E a cauda da via láctea
Tudo acabou
O limoeiro, o quintal
A corda
Foi fatal
Teu beijo me acorda?
Tudo acabou
Tudo, tudo acabou
O pária se flagelou
Se dependurou
Congelou na gaveta
É manhã, todos de luto
Alguns de preto
O vento quase frio do outono
Levando algumas folhas
Sob a rua
Suas lágrimas
Sob a realidade
Nua e crua
Ele morreu
Não venceu
O que disse que ia vencer
Só conseguiu morrer
E agora só resta lhe enterrar
E seguir em frente
A vida não pode parar
Toda vez que alguém resolver se matar
Tudo acabou
O lampejo, o sinal
O Beijo final
As estrelas
E a cauda da via láctea
Pessoas jovens morrem o tempo todo
Ninguém se importa
Quando a porta do abismo traz o lodo
Do inferno de uma mente doente
Demente
Olha atrás da porta vai ver a carta
Do moribundo que gritava
Ninguém conseguia estancar
A ferida era profunda
Oriunda dos traumas já falados
E lá se vai, embalado
Em madeira, flores, e lágrimas
É hora d’eu partir
Nem há mais rimas
Para serem vociferadas
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2. |
"S" nº2
04:14
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Alto, bem alto
Entregue a loucuras e devaneios
Estão mortos seus anseios
Agoniza, morre, finda a missão
Pula, se liberta do que te machuca
Um corpo que se espatifa ao chão
Um pária de mente insana
Ao reconhecer o corpo, o ente querido
Pela visão mórbida, esmorecido; confirma.
“É ele”
“É ele mesmo”
Alto, bem alto
Entregue a loucuras e devaneios
Estão mortos MEUS anseios
Alto, bem alto
Entregue a loucuras e devaneios
Estão mortos seus anseios
Morto, seu rosto exposto no jornal
Sensacionalismo, um salto é sempre sensacional
“Pula logo”, eles gritavam
Mostrando do social animal homem o lado sádico
Suicídio se torna fácil assunto nacional
Banal, mas o canal logo muda o foco
Após se deleitar com sangue “in loco”
E logo se torna mais um, mais um número
Para estatísticas quais ninguém se importa
“S”?
De "suicídio"
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3. |
"S" nº3
05:57
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A dor indescritível, que tenta ser descrita
Alguns vão até a igreja, outros vão até mesquitas
Procuram preencher seu vazio
Alguns se afogam em rios
Outros choram rios de lágrimas
O pavio se apaga, que lástima
Existências findadas ainda em vida
A foto sorridente no túmulo da alma decaída
Ah, vida tola, me leve embora! Embora daqui
Transbordando lamúria e desgosto
A beleza da corda que aperta meu pescoço
Da lâmina que rasga as minhas veias
E garante aos vermes a sagrada ceia
A dose letal de comprimidos
Que garante aos deprimidos
A tão invejada partida
De uma existência tão sofrida
No lodo da depressão estou chafurdado
Este carma tão pesado, me deixa cansado
Quero desistir, sumir, apodrecer
Quero morrer, ou ser assassinado, desaparecer
Sou uma casca fétida ambulante
Implorando, como um verme rastejante
Delirante os dias se passam, o cansaço
Queria ser arremessado de um penhasco
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Ecos Póstumos Arapongas, Brazil
Projeto "One Man Band" criado por Renato Nascimento. Na linha Depressive Suicidal Black Metal. As letras das músicas são poemas criados para o "Setembro Amarelo", e visam expressar a rotina e fardos dos que enfrentam depressão em seus diversos graus.
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