1. |
Detalhes Sórdidos
03:55
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Tudo está preto
Meu ser repleto
de nada
Minha alma chafurdada
na rotina atroz
De uma doença cretina
Assassina
De sonhos, do amor
A morte rastejante
Me traz dor
O emocional estilhaçado
Vejo ao espelho um defunto
Bagunçado
Uma festa de vermes e uma alma
soterrada e confusa
Uma alegria hoje difusa
Em detalhes sórdidos
Num passado mórbido
Mais um despertar desesperador
Mais um dia
Mais uma agonia
Fracionada
em 365 facadas
O sussurro de um depressivo
É como um murro apreensivo
Na cara de Deus
Um murro numa vidraça
Que estilhaça
Sonhos seus
O urro de um plebeu
Que não interessa ao nobre
O cobre
que envenena
É como um naufrago que acena
de sua ilha pequena
Solitária
Sua própria capela mortuária
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2. |
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Tumulto
Na mente do moribundo
Ele anda
E respira através de anti-depressivos
Aparelhos neuróticos
Narcóticos
Ela; a doença
Macabra arquiteta
De uma realidade nociva
Segundos são como gotas de ácido
Pingando no crânio escalpelado
Pelado
É como se sente
Sob -200° celsius
Seus gritos quietos
Vêm sob olhares que pedem socorro
Os minutos são como morros
Íngrimes
Sublímes martírios
em pilar magnânimo
Pois ninguém ainda resolveste
Quebra cabeça este
Chamado depressão
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3. |
Pôr do Sol
04:37
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A morte de um ente querido
Uma desilusão
Um coração partido
Uma doença
"O mal do século" (eles dizem)
A crença para que te tratem
Chega devagar, mas chega
Você nega
E ela se aconchega
O vazio, desesperador
(Inédito até então)
O vácuo te põe no chão
Tudo vai à lona
Seu trabalho, sua vida
A realidade vem a tona
A morte se torna assunto constante
O podre, vermes, desgraça
Nada é o bastante
Um cenário lúdico
de um filme antigo
Um pôr-de-sol súbito
Noite se faz presente
Onipotente
Mergulho em tua escuridão decadente
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4. |
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Contemplo os pulsos a sangrar
O pulso que insiste em pulsar
O sangue jorra em revolta
Ao ato violento de desespero
Inóspito exagero
De dor, de ódio à existência
"Mais um dia", penso eu
Que penitência
Seria o fim ou o apogeu?
Um momento de sombras
Desesperador
Mas apenas um momento
De dor
Em que o ser se despedaça ao relento
Réquiem sangrento
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5. |
Sanatório
03:55
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Hospital Psiquiátrico
Quando estou lá
A carne se apressa em apodrecer
A alma desiste de viver
E o ser murcha
Se extingue a alegria
A catalepsia
Ali sob olhares descuidados
O ser murcha
A sanidade caduca
O psiquiatra retruca
O sanatório te educa
são 5 horas da manhã
O rádio ensurdece
"Você vai sair amanhã?"
Ah, se eu também pudesse
"Tome o remédio!"
Vespertino, o chão duro é o consolo
Haja tédio!
Mas eu fui tolo
Deixei-me trancafiar
Agora estou a definhar
Meu ser já não murcho
Mas pálido, opaco
Tratado pelos comprimidos malditos
Em meio a esses esquisitos
Fedorentos e agourentos
Também cheiro mal
E trago mal agouro
E os minutos rasgam meu couro
Oh, colina dos insanos
Que me livraste do plano
Dos normais
Estou entre doentes mentais
Aliás, também sou doente
Um boçal
Alienado, transmutado
Em fera
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6. |
Setembro
03:21
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O dia acordou chuvoso
E setembro está a acabar
O atroz diabo depressão
Tenebroso
Minha vontade de viver está a ceifar
Até minha respiração é decadente
E minha alma a chafurdar
Seu cheiro podre toma o ar
As pessoas são esquecidas
Aquecidas
Pelos seus cotidianos cretinos
E o sofrimento do próximo
E seus desatinos
No máximo
Lhe causam um leve incômodo
E a vida segue de todo modo
E os jovens depressivos
Continuarão a se suicidar
E num inferno
Agonizar
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7. |
Ainda Há Vida
02:25
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instrumental
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Ecos Póstumos Arapongas, Brazil
Projeto "One Man Band" criado por Renato Nascimento. Na linha Depressive Suicidal Black Metal. As letras das músicas são poemas criados para o "Setembro Amarelo", e visam expressar a rotina e fardos dos que enfrentam depressão em seus diversos graus.
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