1. |
Doentio Rancor
03:31
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Sou um poste, no centro de nada
E o esquecimento me flagela
Como uma espada
Cuja lâmina infiel traça sua rotina assassina
Me aleija, destroça e fascina
Seguro os cabos da vivacidade de alguém
Parado, desenhando o futuro de outrem
Mas perfurando meu ser com a estaca do ontem
Imbecil caminho furtivo
O de tentar não enxergar a minha dor
Esmagando esse doentio rancor
Fitando os futuros alheios
E abandonando meus anseios
Queria ser rei do trono do meu ser
Mas quem sabe em outra existência
Quando renascer
Possa enxergar por cima da carne destroçada
Pela existência maltratada, do ser estagnado
Que sustenta as realidades alheias, parado
Nem sei se me importo mais
Em fazer com que entendestes a alegoria
Até do propósito de entendimento
Eu desejo alforria
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2. |
Hipocristia
04:17
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Grandes templos cheios de gente vazia
Religião e seu falso moralismo que extasia
Nobres corações reprimidos e desencorajados
De depressão e dogmatismos impregnados
Pedintes descarados nas grandes mídias
Gente simples se rendendo a idolatria
A nova geração se entorpecendo
E se rendendo
É pura hipocrisia, um poço de mentiras
É tudo fantasia
Eles não se importam com as pessoas
Apenas com as cifras
Quantos doentes morrendo?
Mas dá sua podre fé eu não dependo
Enquanto meu coração estiver batendo
Mantenho minha luz própria em meus pensamentos.
Ou afundo na lama do ostracismo e depressão
Meus joelhos ao teu templo não se dobrarão
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3. |
O Ser Escasso
06:27
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Olha essa bocarra escancarada
Rindo, como se eu fosse piada
E as paredes me consomem
Milhares de vermes invisíveis me roem
Cada segundo é um tumulto
Em que meu ser está de luto
Por uma existência cretina
Aliviada pela brisa vespertina
Que me traz a esperança da dor terminar
Mas a única coisa que vejo se findar
É a minha vontade de sorrir
Não consigo da alegria tola me nutrir
Contemplem o ser escasso
Contemplem o meu fracasso
Uma festa de vermes ambulante
Como vocês conseguem sorrir verdadeiramente?
Pra mim essas faces sardônicas mentem
É inóspito o chão que piso
É vil esse teu riso
Ah, se esse riso fosse meu
Mas a flor que o moribundo me deu
Já morreu
E suas pétalas cheias de ferrugem
À terra voraz tornam e tingem de marrom
Da nobre cor dos mortos
Meus anseios tortos
De rir um riso vivo
Hoje mais um dia eu morro
Minha lamúria e penitência
Sou escravo da demência
Contemplem o ser escasso
Contemplem o meu fracasso
Uma festa de vermes ambulante
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4. |
A Fera
03:32
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A pavorosa visão
De seu corpo em decomposição
O ar pesado e fétido
Numa cova solitária
Intrépido moribundo
Que resiste
Que insiste em respirar
Dentes enormes
e olhos vermelhos
Seria isso uma fera?
Já não restam resíduos
Do que era antes
Hoje estou diante
De uma fera atroz
Uma besta feroz
Que devora centenas de sonhos por segundo
Que te transformaste nesse defunto
Ambulante
Ululante e agonizante
Dentes enormes
e olhos vermelhos
Seria isso uma fera?
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5. |
Borderline
04:58
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Surtos de agressividade
Homicídio e crueldade
Atento contra os meus
Esmurraria até seu deus
Um perigo para mim mesmo
O fim de tudo é meu desejo
Ninguém pode me salvar
Palavras sujas a vociferar
Ninguém poderá
Esse câncer curar
Dentro da minha mente
Estou a sufocar
Quem vai me conter?
Hospício novamente?
Quando isso vai acabar?
Estou a suplicar!
Ninguém poderá
Esse câncer curar
Dentro da minha mente
Estou a sufocar
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Ecos Póstumos Arapongas, Brazil
Projeto "One Man Band" criado por Renato Nascimento. Na linha Depressive Suicidal Black Metal. As letras das músicas são poemas criados para o "Setembro Amarelo", e visam expressar a rotina e fardos dos que enfrentam depressão em seus diversos graus.
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